Diretor de mocap de Resident Evil e The Witcher 3 comenta o impacto da IA e demissões na indústria de jogos
A indústria de videogames passa por um período de incerteza. Nos primeiros meses de 2025, diversas empresas anunciaram demissões, mesmo entre estúdios de grande porte. Com orçamentos reduzidos e um cenário competitivo, a tecnologia da inteligência artificial (IA) surge como um novo fator de preocupação, especialmente para atores de voz e captura de movimento.
O Papel da IA na Indústria
A IA avança rapidamente, permitindo a replicação de vozes de artistas ou até mesmo a criação de novas vozes sintéticas. Esse avanço ameaça empregos e gera tensões entre sindicatos e estúdios. Empresas já exploram o uso de IA para substituir dubladores e otimizar custos, mas há resistência da classe artística.
O Ponto de Vista de Steve Kniebihly
Steve Kniebihly, diretor de captura de movimento que trabalhou em Resident Evil Village e no DLC de The Witcher 3, comentou recentemente que, apesar das incertezas na indústria, a IA ainda não é capaz de substituir a interação humana essencial para performances autênticas. Para ele, a “química intangível” entre diretores e atores é um elemento insubstituível, essencial para a qualidade da captura de performance.
Greves e Negociações
O SAG-AFTRA, sindicato de atores, segue em greve, buscando impedir que contratos antigos sejam usados para treinar IAs. Segundo Duncan Crabtree-Ireland, negociador-chefe do sindicato, algumas empresas querem autorização para utilizar vozes já gravadas para alimentar sistemas de IA, sem remuneração adicional para os artistas.
O Futuro da Captura de Movimento e Dublagem
Embora a IA esteja se tornando uma ferramenta poderosa na indústria, a necessidade de performances humanas ainda é crucial para a imersão nos jogos. Atores e sindicatos continuam lutando para garantir proteção contra o uso não autorizado de suas vozes e movimentos. O desfecho dessa disputa definirá os rumos da dublagem e da captura de movimento nos próximos anos.
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